“Sapiens: história breve da humanidade” do autor Yuval Noah Harari
Quando comecei a ler o Sapiens aborreci-me e estive quase a desistir. Resisti porque quem me tinha recomendado o livro era pessoa de confiança. Fiz bem. Ao fim das pedregosas primeiras cinquenta páginas fez-se luz e não consegui parar até ao fim.
E quando acabei voltei atrás para reler alguns capítulos. Ainda hoje lá volto, de vez em quando.
Há muito tempo que nenhum livro tinha me trazido tanto gozo intelectual como este. Muitas coisas da evolução da humanidade ficaram esclarecidas na minha cabeça. As explicações, numa escrita fluida e muito agradável, faziam todo o sentido. Eram convincentes e não me exigiam grande formação científica.
Ainda que rigoroso e fundamentado, o Sapiens não é um ensaio académico nem uma enciclopédia. Apesar das tais 50 páginas iniciais, é uma história entusiasmante que não poucas vezes me fez vibrar com os flashes de clarividência que me provocava.
Fiquei fan do Prof. Yuval Noah Harari, e esperei ansioso pelos livros seguintes que foi publicando, “Homo Deus” e “12 lições para o século XXI”, que confesso não me entusiasmaram tanto como o Sapiens. Passei a procurar ouvi-lo via You Tube ou Ted Talks e se um dia ele vier cá a Portugal conferenciar, estarei lá caído.
Já me esquecia de dizer-vos o que mais interessa: o livro começa no tempo em que éramos chimpanzés/Homo Sapiens primordiais (criados por Deus, para os crentes ou pelo acaso, para os não crentes) e discorre sobre evolução, religião, culturas, política, impérios, guerras, capitalismo, tecnologia, terminando com um vislumbre do futuro previsível. Leia porque vale bem a pena.
António Pita de Abreu