Livros de que eu gosto

António Pita Abreu

Gosto muito da literatura de ficção da hispano-américa. Em especial da colombiana.
Até agora ainda não encontrei melhor começo de romance que aquele com que Gabriel Garcia Márquez (Gabo) abre o magnifico “Cem anos de solidão”. É uma viagem entre o agora, o passado e o futuro em menos de 30 palavras:
Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendia havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo.

Nos dias de hoje e esgotado que foi o manancial  “Gabo”, com a sua morte em 2014, e do filão do "realismo mágico", tornei-me fã de Juan Gabriel Vasquez.
Publicou, até agora, 5 romances: “Os informadores”; “História secreta de Costaguanas”; “As reputações”; “A forma das ruínas” e “O barulho das coisas ao cair”.
É deste último que queria falar. Como qualquer dos outros está muitíssimo bem escrito e é muito fácil de ler. Diria mesmo, de devorar porque é difícil abandoná-lo antes de chegar à última página.
A estória é contemporânea e decorre na Colômbia no tempo da luta e das interpenetrações entre os barões do trafico de droga, o Governo, as FARC.
Decorre nas três últimas décadas do seculo XX no período do desenvolvimento do narcoterrorismo, que haveria de conduzir a Colômbia à beira do abismo. Duas gerações de colombianos que se viram, involuntária e irreversivelmente, enredados, nos seus danos colaterais.

Se puderem leiam-no.
Se tiverem interesse e paciência em partilhar estas minhas viagens literárias, atrevo-me a aconselhar-vos, também:
“Planície em chamas” e “Pedro Páramo” – Juan Rulfo, México

“Cem anos de solidão” e “Amor em tempos de cólera” – Gabriel Garcia Márquez, Colômbia
“Os hereges” e “O homem que gostava de cães” – Leonardo Padura, Cuba
“Concerto Barroco” – Alejo Carpentier, Cuba
“Ficções” – Jorge Luís Borges, Argentina
“A intervenção do Sr. Morel – Adolfo de Bioy Casares, Argentina
“2666” e “Os dissabores do verdadeiro polícia” Roberto Bolaño, Chile
“O estaleiro” – Juan Carlos Onetti, Uruguai
“Já ninguém chora por mim” – Sérgio Rodriguez, Nicarágua
“A festa do chibo” – Mário Vargas Llosa

Uns de leitura mais fácil outros menos, mas sempre muito estimulantes.

António Pita Abreu

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